Livro de coordenador da Novo Milênio discute razões e métodos de “ginastas da mente”

(Divulgação)

Em uma realidade de um mercado de trabalho neoliberal cada vez mais exigente e seletivo, com ofertas cada vez mais escassas de concursos públicos nos últimos anos, os chamados “concurseiros” buscam, através de técnicas de aprendizagem, dedicações extremas aos estudos e até mesmo o uso de smart drugs, passarem nesses concursos, no qual acreditam que seja a melhor maneira de buscar a estabilidade financeira, independentemente de suas formações originais.

Compreender essa dinâmica é justamente o objetivo do livro “Aprimoramento cognitivo e concurseiros: um estudo etnográfico sobre o sujeito do desempenho”, de autoria do professor Florêncio Augusto Filho, coordenador do curso de graduação em Enfermagem da Faculdade Novo Milênio e do curso técnico em Enfermagem do Centro Técnico Novo Milênio.

O livro, lançado em abril deste ano, tem como objeto de investigação os concurseiros de um curso preparatório localizado em Vitória, para entender as razões que levam esse público à dedicação aos estudos e melhora do desempenho em um cenário caracterizado pela “racionalidade neoliberal”.

“Como é o cenário neoliberal hoje? É justamente a concorrência de indivíduo para indivíduo. E como você vai fazer isso? Aumentando seu tempo de estudo. Aí veio a ideia de escrever o livro: pegar um grupo de pessoas que está no alto desemprenho dos estudos. Quem seria, hoje, o ‘ginasta da mente’, aquele que estaria no limiar do preparo do intelecto? O concurseiro profissional, o que tira de 7 a 12 horas por dia para estudar, que sacrifica o final de semana, evita os relacionamentos familiares, religiosos e até renuncia os relacionamentos afetivos como o namoro e casamento. Quatro, cinco anos, até mais, fazendo isso para passar em um concurso público. Esse foi o meu foco, foi o foco do livro”, explicou Florêncio.

Você deve estar pensando “interessante, mas por que um enfermeiro escreveria sobre Sociologia e Política e Aprimoramento Cognitivo?”. A resposta está na vasta formação de Florêncio: ele é Mestre em Sociologia Política, Especialista em Saúde da Família, Sanitarista, Especialista em Educação Profissional em Enfermagem, MBA em Gestão em Saúde e Bacharel em Enfermagem e Obstetrícia.

“Agora, o que me levou, dentro da Sociologia Política, estudar o Aprimoramento Cognitivo, a questão do ganho intelectual do indivíduo, é porque eu também sou enfermeiro de Saúde Mental, trabalho em hospital psiquiátrico e vivencio no cotidiano o crescimento do atendimento de pessoas que estão apresentando sintomas de esgotamento físico e mental (Burnout)”, completou.

O livro “Aprimoramento cognitivo e concurseiros: um estudo etnográfico sobre o sujeito do desempenho” possui versões física e digital, e está à venda na loja da Editora Dialética, na Amazon e em outras lojas virtuais.

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