Por Rafaela Lago, professora de História da Gastronomia da Faculdade Novo Milênio
Hoje (21/02), comemoramos o Dia Nacional do Imigrante Italiano. A data foi criada pela Lei Federal 11.687/2008, com intuito de celebrar os laços estabelecidos há tanto tempo com aqueles que fazem parte da nossa história!
Na segunda metade do século XIX (entre 1875 e 1900), mais de 500 mil italianos desembarcaram em portos brasileiros! Muitos adotaram o Brasil, espalhando-se por estados como São Paulo, Rio Grande do Sul e Espírito Santo.
Os italianos traziam em suas bagagens histórias, culturas e sabores invejáveis. Preparavam deliciosas macarronadas caseiras com molhos ao sugo e à bolonhesa. O macarrão consagrou-se à mesa em nossos domingos como um prato popular. Como não se deliciar com as receitas com risotos, polenta e o pão italiano? E o que dizer das massas e pizzas italianas que fazem parte dos nossos dias mais festivos e alegres? Por esses e tantos outros motivos, hoje é dia de celebrar!
Lá, pelas décadas finais de 1800 – como muitas famílias italianas – meu avô Egydio Ferrari, ainda jovem, deixou sua cidade na região de Mântua na Itália e veio para o Brasil buscar novas oportunidades de trabalho. Certamente, incentivado pelo grande movimento migratório decidiu embarcar nos tradicionais navios em direção ao Brasil e, assim, nossa família teve início aqui mesmo em nosso Estado de São Paulo, na então Vila de Santo Amaro e, também, na região de Santana de Parnaíba e Pirapora.
Interessante como a decisão de uma única pessoa, em sua juventude, pode desencadear uma história que envolve inúmeras almas, ao longo do tempo.
No final dos anos de 1800, trabalhando em São Paulo, meu avô casou-se, também, com outra italiana, Maria Emília e, assim, tiveram cinco filhos e uma filha. Israel, Pedro, José, João, Petita – que tive a graça de conhecê-los em minha infância – e meu pai, Arthur.
Hoje, infelizmente, dos três filhos de meus pais resta somente eu e, lamentavelmente, perdi contato com os primos ou outros parentes por tarde de meu pai e de meus avós. Seria muito interessante resgatar um pouco da história do “velho” Egydio Ferrari e dona Maria Emília… além dos meus bisavôs Ângelo Ferrari e aria Bussolini.
Quem sabe este “mundo virtual” favoreça o reencontro!